quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O TANTRA E O SHIVAM YOGA

O Tantrismo está diretamente ligado ao comportamento e aos costumes da civilização drávida da Índia Antiga, pressupondo que seus corolários e princípios foram gradativamente sendo estruturados pelos Maha Yogues Rishis Tântricos desde o fortalecimento e sedimentação dessa civilização, sendo que os estudos arqueológicos e antropológicos apontam para o fato de que essa civilização se estruturou em aldeias e cidades no Vale do Indo cerca de 15.000 anos atrás.
O Tantra, que, sinteticamente, significaria ferramenta para o despertar da mente e da consciência, é um tratado comportamental com direcionamentos voltados para propiciar ao Sadhaka vivenciar sua existência de forma consciente e amorosa, direcionando-lhe para um relacionamento de extremo respeito para com todas as coisas do mundo. Caso típico é o mergulhar no Ganges como sendo um mergulhar no seio da deusa Ganga.
Essa forma de respeito do Sadhaka para com ele mesmo e para com o mundo exterior fundamentou os principais princípios que nortearam o surgimento do Yoga Tântrico e, conseqüentemente, do Shivam Yoga.
“Consciência desperta e coração aberto” – este seria o corolário mais importante a ser observado pelo Shishya – o iniciado em Marga – a Senda Espiritual Tântrica.
Não se pode pensar em ser um Shishya sem se pensar nessa força amorosa que brota naturalmente no Sadhaka, levando-o a ritualizar todos os seus atos, mesmo os mais cotidianos, como, por exemplo, o ato de banhar-se (Ganga Aart – a arte de banhar-se no Ganges como um processo de purificação), o ato da prática do amor (Kama Sutra – a Arte do Amor), o Anna Yoga (a Arte da Alimentação), o Ayurveda (a Arte da Saúde), o Yoga Tântrico (a Arte do Despertar da Consciência Espiritual).
O Tantrismo é uma escola (com variadas correntes) que se fundamentou em dar direcionamentos a seus discípulos para que pudessem atuar no mundo da forma mais consciente possível, da forma mais amorosa possível e da forma mais integrativa possível. Não há nenhum processo de separação – unir-se (Yoga) com tudo se constitui a base do comportamento do discípulo tântrico – uma primeira união refere-se à união de Shiva e Shakti – a força do feminino e do masculino -, uma segunda união é a união de Purusha (força espiritual) e Prakritti (força material), outra seria a união de todos os Shariras (corpos). A partir de todos esses processos integrativos, o Shishya estaria apto a desenvolver em si um verdadeiro processo de união com todas as coisas do mundo.
Integrar-se, sentir-se fazendo parte de todas as coisas e de todos os processos desencadeados no mundo fenomênico, eis o sentimento do Shishya. O caráter de responsabilidade se sedimenta nessa idéia de integração. Somos parte do Universo e tudo que produzimos tem reflexo direto ou indireto no Universo e tudo que acontece no Universo tem influência direta ou indireta em nós. Advém daí o corolário básico do Tantrismo Dravidianao: “Somos livres para agir da forma que quisermos, mas não somos livres para fugir das conseqüências de nossas ações (Lei Infalível do Karma).
O Shishya, ou o Shivamyoguim, tem a possibilidade de, com a prática do Yoga Tântrico (do Shivam Yoga), despertar sua consciência para uma vida mais plena e mais feliz. Terá a possibilidade de despertar seus Siddhis (poderes latentes), utilizando-os da forma mais consciente possível, propiciando-lhe um estar no mundo saudável, amoroso e produtivo.
Tudo isto será conseguido com o despertar dos Chakras (centros de energia) e das Nadis (canais de energia), do fortalecimento e desintoxicação de todos os Shariras (corpos), do despertar de Ida, Pingala e Sushumna e com o despertar da energia cósmica em nós - a energia Kundalini.
O Sadhana (prática) de Shivam Yoga abre nossos portais para os ensinamentos (Atha Shivam Yoga Nushasanam), nos possibilitando conectar com o Akasha (memória do Universo), levando-nos a adentrar na Egrégora Tântrica. Nosso Sadhana é um Aart (um ritual) de respeito, força e amor para com todos esses ensinamentos.

OM SHRI SHIVA!

Shri Babaji Desai (Mestre Arnaldo de Almeida)